Já foi dito e publicado várias vezes que o povo brasileiro é empreendedor de carteirinha, estando o Brasil entre os dez maiores países empreendedores do mundo.
Vemos diariamente ofertas nos jornais de empresas que estão sendo vendidas. Não faltam também empresas que fazem esta intermediação, principalmente nos grandes centros. A informação do faturamento quase sempre está presente nesses anúncios.
Mas só saber o faturamento não basta para saber se vale a pena ou não comprar uma empresa já em funcionamento.
Veja abaixo os cuidados que merecem sua atenção:
1) Não basta achar que o negócio é interessante. Você deve se ver dirigindo tal negócio, ou seja, se as suas características pessoais estão de acordo com a nova atividade pretendida.
2) Converse com os sócios do negócio para saber os motivos pelos quais estão passando o negócio. Converse também com fornecedores e clientes, se possível.
3) Se for uma franquia, converse com outros franqueados para saber se o negócio é realmente o que os franqueadores alardeiam. Muitas vezes não é.
4) Procure um contador para levantar todas as certidões negativas da empresa. Essas certidões mostrarão se a empresa está devendo e, caso positivo, quanto é essa dívida. Tire certidões do FGTS, do INSS, da Receita Federal – que vem conjugada com a da Dívida Ativa da União. Pesquise também as certidões nos cartórios de protestos de títulos locais e ainda órgãos como Serasa, para saber se a empresa está devendo nos bancos. As vezes as dívidas podem ser negociadas e entrar na transação de compra.
5) Faça Pesquisas. Descubra o máximo que puder sobre o negócio. Por exemplo, pesquise se o ponto é bom para a atividade, anotando quantos clientes entram na loja – se for um ponto de varejo – e quantos passam na frente da loja, para ter uma ideia do potencial de negócio. Calcule o ticket médio.
6) Passe uns dias “trabalhando” na empresa. Descubra como é executada a parte operacional da empresa e quais controles existem.
7) Tem empregados? Verifique o organograma da empresa e saiba o que cada um faz. Negocie o passivo trabalhista.
8) Saiba quanto precisará investir, além do preço pago. Pintura, troca de equipamentos, compra de estoque, tudo isto pode aumentar sobremaneira o valor a ser investido.
9) Faça contas. Saiba sim, quanto a empresa fatura, mas saiba quanto ela gasta com os chamados gastos fixos (aluguel, folha de pagamento, energia, telefone) e também os variáveis, como impostos, mercadorias, comissões, frete, etc.
10) Calcule os indicadores de desempenho do negócio como está atualmente, tais como rentabilidade, lucratividade, margem de contribuição e ponto de equilíbrio. A partir desses dados você poderá projetar a situação futura e também poderá analisar se o valor que está sendo pago pelo negócio retornará em que porcentagem e em que período de tempo.
11) Conheça o perfil dos clientes atuais.
12) Descubra quais nichos de mercado a empresa não está atingindo e como fazer para ampliar a carteira de clientes.
13) Saiba se a empresa está iniciando as atividades ou está há muito tempo no mercado, se a marca está desgastada e como está o atendimento ao cliente.
14) Se o seu negócio vai ser pago em parcelas, veja quanto será necessário ter mensalmente e já usar o fluxo de caixa mas também não esqueça de provisionar o necessário para o Capital de Giro.
Comprar uma empresa aberta exige tantos cuidados – ou até mais – quanto ao abrir uma nova empresa. Uma das vantagens é que você geralmente já entra com faturamento no mesmo dia, o que nem sempre ocorre quando se abre uma empresa nova.
Valorize seu investimento e não esqueça de consultar um contador – e eventualmente também um advogado – antes de fechar qualquer aquisição.
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/cuidados-ao-comprar-uma-empresa-aberta/24296/
